terça-feira, 12 de março de 2013

Deus, dinheiro, economia, finanças: e agora?


 
Recentemente fui entrevistado por uma revista importante do segmento religioso. Veja aí:
 
1) Que prova temos na Bíblia de que Deus se importa com o dinheiro, com as finanças, com a Economia e Negócios? 

Algum curioso leu a Bíblia com olhar atento e encontrou mais citações sobre dinheiro do que fé e salvação, por exemplo. Esta ênfase bíblica não é por acaso. O assunto é vital nas relações humanas e a causa de muitos problemas. Em Eclesiastes 10:19 encontramos: “...por tudo o dinheiro responde.”

Na Bíblia vemos Neemias indo além da reconstrução dos muros de sua cidade. O “PAC” do governante Neemias é completo e além da construção civil ele intervém e promove as reformas: econômica, agrária, política, administrativa, tributária, social e legislativa.

 O assunto dinheiro, economia, finanças e negócios também está presente em muitas parábolas e ensinos de Jesus: o semeador, o joio, os lavradores maus, o rico e Lázaro, a ovelha perdida, o filho pródigo,a dracma perdida, os talentos, entre tantas outras passagens.

2) Quais os princípios fundamentais do Reino de Deus para essas áreas?

Penso que esta é mais uma ferramenta de Deus  para sondar nosso coração. Percebo muito mais interesse nas escrituras em nos formar em bons mordomos daquilo que Deus nos dá, e no exercício do contentamento, do que na ênfase da prosperidade que temos observado em alguns apriscos. Não vi Jesus prosperando financeiramente a viúva que, parece, continuou pobre. Mas enaltecendo sua decisão de ofertar tudo o que tinha. Integridade, honestidade e liberalidade também são valores percebidos quando tratamos destes assuntos. Dai a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. Na prática observamos o seguinte adágio: o que é meu, é meu. O que é seu, metade de cada um.

3) É verdade que as pessoas tendem a cair em dois extremos quando se trata de Deus e de finanças. Umas vão para a teoria da prosperidade e acham que a função de Deus é de enriquecê-las. Outras acham que Deus abomina qualquer forma de enriquecimento e fazem voto de pobreza. Qual seria o equilíbrio?
 

O voto de pobreza hoje está fora de moda. Talvez restrito a poucos grupos religiosos. A bola da vez é a prosperidade. Uma tremenda jogada de marketing para lotar as igrejas. O equilíbrio é trabalhar como se tudo dependesse de nós, e confiar na provisão como se tudo dependesse de Deus.

4) Quais os princípios de Deus para a economia das nações? 
 

Os princípios das nações são parecidos com os das pessoas. O Salmo 82 expressa em sua poesia qual a função da justa economia das nações, que é a de socorrer os desfavorecidos: 

 “Vocês precisam parar de julgar injustamente e de estar do lado dos maus. Defendam os direitos dos pobres e dos órfãos; sejam justos com os aflitos e os necessitados. Socorram os humildes e os pobres e os salvem do poder dos maus.
Vem, ó Deus, e governa o mundo, pois todas as nações são tuas!”

5) É possível acabar com a desigualdade econômica e social usando a Bíblia?

A Bíblia é a revelação plena do plano de Deus para a humanidade. E este plano é perfeito. Mas a Bíblia é insuficiente para solucionar as questões do coração endurecido de um mundo egoísta. Sem quebrantamento, arrependimento e mudança de estilo de vida, a desigualdade econômica tende a crescer.

6) Em uma passagem Jesus diz: "Ou servirá a Deus ou ao dinheiro!". Por favor, comente. 
 

O amor ao dinheiro é idolatria, e Deus abomina os ídolos. Ídolo é o que prende sua atenção, exige seus recursos, suas habilidades e seu tempo, o que captura suas emoções. O dinheiro se torna um deus quando sua vida gira em torno dele. E neste ponto Deus é muito ciumento e exige exclusividade. Ou confiamos em Deus o no dinheiro. 

7) Pode contar um testemunho pessoal sobre esse assunto?
 
Deus é caprichoso para provar seu cuidado e fidelidade nesta área. Recentemente uma pessoa conhecida e com muitas dificuldades financeiras se casou. Fui desafiado por Deus a presenteá-la com um valor que ia além de minhas condições momentâneas. Mas o fiz assim mesmo. Em poucos dias, após realizar um trabalho de consultoria – que inicialmente seria sem remuneração – fui honrado com um valor exatamente igual ao que tinha ofertado com o presente de casamento. Deus usa as coincidências para nos provar seu amor, porque todas as coisas estão debaixo de seu domínio.

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