Esta é uma história comum. De uma família comum. De filhos ingratos e insensatos, de um pai amoroso que sempre perdoa e recebe. Poderia ser a minha ou a sua história. Na verdade esta é a história de todos nós. Como filhos de Deus nos mostramos ingratos e insensatos, mas Deus, o Pai, sempre nos recebe afetuosamente, e Ele parece estar sempre atento, olhando ao longe para saber se já estamos voltando pra casa.
Todos somos pródigos, porque deixar a casa do Pai e ir para uma terra distante é muito mais do que um acontecimento histórico limitado a tempo e espaço. É decidir se afastar dos braços protetores do Pai, da mesa farta da casa do Pai. É abrir mão da filiação e exigir seus direitos, afinal “Eu mereço ser feliz....quero minha herança... vou viver minha vida.”
E ir. Ir para longe, não importa onde. Ir para onde você está.
Na história que Jesus conta, não há despedidas, mas se o filho pródigo deixasse um bilhete, ele seria mais ou menos assim: “Fui”.
Você talvez esteja numa terra distante e nem se deu conta disso ainda. Não se lembra de um fato específico que marcou sua saída da cada do Pai. Simplesmente porque esta saída tenha sido aos poucos. Uma ausência aqui, uma fuga ali, uma farra acolá. Sua ida para uma terra distante não foi para magoar ninguém. Foi uma aventura apenas. Sua intenção era a das melhores: se realizar, ser feliz, ser amado, respeitado, reconhecido. Mas você se esqueceu do seu Pai. Que sente, que ama, que quer apenas relacionar-se com você, como filho amado.
E quando você foi o coração do Pai se partiu. A saudade invadiu Seu ser. Ele já nem agüenta mais. A longa noite lhe é cruel porque Ele se lembra de você, seu filho amado. Mais que um lugar vago na mesa na casa do Pai, há um lugar no coração do Pai, que só você pode preencher. A tristeza do Pai só é suprimida com sua volta. Não há consolo para a angústia do Pai se não o seu retorno. Ele quer perdoar sua ausência, sua insensatez, sua ingratidão. O Pai, nunca prende ninguém em casa, esta estada tem que ser voluntária, a casa do Pai não é um cárcere, mas um lar.
Terra de ninguém
E como saber em qual terra você está? Olha, a terra distante é o mundo onde não se respeita o que em sua casa é considerado sagrado. Num país distante não se respeitam os valores, os princípios e as práticas de sua própria terra. A terra distante é um deserto, longe de casa só há solidão. Se os sentimento que te assaltam são semelhantes a: raiva, ressentimento, ciúme, desejo de vingança, luxúria, ganância, rivalidades, medo, insegurança, ânsias na alma, falta de paz, então você está sofrendo a síndrome da ausência da casa do Pai. Mas é justamente na terra distante que nossa sorte começa a mudar. É lá na profundeza de nossa desgraça, no isolamento total, na completa solidão que descobrimos, de repente, quão grande estupidez fizemos ao abandonar a casa do Pai.
Já pra casa!
Quem sabe você tenha perdido, dinheiro, amigos, família, reputação, o amor próprio, a alegria interior ou a paz, ou até tenha perdido tudo isso. Não importa, o Pai está pronto a restituir. Hoje como pródigo você pode “cair em si” e decidir voltar pra casa. Sem medo do caminho, dos amigos, dos amantes, dos cúmplices, da sociedade, da igreja, da religião, da tradição.
Volta pra casa filho, volta pra casa filha.
Esta é a oportunidade que Deus separou pra você voltar. Hoje é o dia de seu reencontro com seu querido Pai. É um tempo de recomeço, de vida nova, de esperança no futuro, na segurança dos braços do Pai. Faça o que talvez você não tenha feito há muito tempo: chame Deus de Pai.
Mesmo ao longe Ele te vê. E de tanta saudade corre até você, te abraça e te recebe. Te perdoa e restitui o anel da filiação, as sandálias da liberdade e roupas novas para a festa . Sim, agora você tem novamente um Pai pra chamar de seu, e já não é mais escravo dos seus desejos.
Pela fé posso ouvir o barulho dos instrumentos.
A festa começou, a festa preparada pra você, por que estava morto e voltou a vida, estava perdido e foi achado.
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