quinta-feira, 28 de julho de 2011

unção de encorajador



A boa palavra a seu tempo faz toda diferença. Se conhecemos tantos casos e histórias de pessoas que tiveram suas vidas totalmente comprometidas por palavras amargas ou diabólicas, muito maior poder terá uma palavra doce, abençoada e encorajadora na vida de uma pessoa. Se o estrago de uma palavra vinda do inferno é grande, infinitamente maior é uma palavra que tenha origem no Trono da Graça. O problema é que nos fixamos no texto que diz “visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” e nos esquecemos de “e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” Êxodo 20:5-6. É como uma Brastemp, não tem comparação.
alegria pela palavra
Uma pesquisa feita numa universidade em Londres que foi publicada na conceituada revista científica The Lancet, estudou 5 mil fumantes que desejavam parar de fumar. Os resultados comprovaram que os que recebiam torpedos encorajadores do tipo “O desejo forte dura menos de cinco minutos. Ajude-se tomando uma bebida bem devagar, até a vontade passar”, tiveram 2 vezes mais sucesso do que os que não receberam palavras encorajadoras. A ciência só comprova mais uma vez uma vereda antiga anunciada na Palavra de Deus: “O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!” Provérbios 15:23.
Me lembro com intensidade de uma palavra encorajadora que tive de um professor de Psicanálise. Ao ministrar uma palestra brilhante, correndo para não perder seu vôo e sob aplausos efusivos da platéia no auditório de um hotel, antes de sair ele foi até onde eu estava e disse o quanto me admirava e que era para eu ir fundo porque levava jeito. Eu é que fiquei sem jeito ali diante de tanta gente. Nunca entendi porque ele me escolheu para falar aquilo, mas nem quero saber. O que importa é que aquela palavra, naquele contexto foi muito especial pra mim. Se você quer ser instrumento de Deus na vida de muita gente, procure com zelo a unção de encorajador. Veja algumas dicas:

1-      Anote na sua agenda ENCORAJAR: você se planeja pra tantas coisas e anota tantos compromissos, então anote para não se esquecer de encorajar alguém;
2-      Faça isso regularmente: comece hoje, mas encoraje com regularidade, aproveite e anote em sua agenda os dias de encorajar para os próximos 6 meses;
3-      Se esforce para elogiar: elogiar é um tremendo esforço mesmo. Somos treinados para identificar os erros, não os acertos. Sempre é possível identificar algo de positivo nas atitudes de quem queremos encorajar.
4-      Pare de olhar para seu umbigo: se você continuar se lamuriando só pensando em seus probremas você nunca terá olhos para quem precisa de sua palavra encorajadora. Se for pra olhar, olhe para o umbigo de quem Deus quer abençoar.
5-      Utilize todos os recursos: email’s, torpedos, facebook, telefonemas e bilhetinhos, são ótimos para você começar a encorajar as pessoas. Mas nada fará tanta diferença do que você falar cara a cara com as pessoas. Comece a encorajar e avance nos métodos.
6-      Seja criativo: você pode elogiar as pessoas, orar por elas ao telefone, usar versículos bíblicos encorajadores, dar presentes encantadores, fazer ofertas generosas, convidar para refeições gostosas em sua casa, honrá-las publicamente, e até fazer loucuras de amor para mudar radicalmente a vida de quem você vai encorajar.
7-      Comece em casa: a Granja Comary de seu ministério encorajador é sua casa. Treine com o pessoal de casa, avance para os colegas de trabalho, irmãos da igreja e tenha como alvo encorajar até os confins da terra.

Você tem todas as qualidades para começar a encorajar hoje. Se você teve disposição para ler este artigo até aqui, é sinal que o assunto aquece seu coração (e que você é bem crente mesmo pra me suportar). Deus quer usar você pra encorajar, porque Ele é o maior interessado em alterar completamente a história de seus filhos. Deus conta com você.

Se você gostou deste artigo, divulgue e encoraje alguém hoje ainda.
 Se não gostou, ore para Deus me encorajar a escrever posts melhores.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

em nome do pai

Segundo o Conselho Nacional de Justiça de cada 4 crianças que nascem no Brasil uma não tem o nome do pai na certidão. No campo destinado ao nome do pai o que aparece é um frio asterisco (*). Há um vácuo, não só no papel, mas na alma também. O último dado oficial disponível no país aponta que hoje, duas a cada três crianças (66%) são concebidas fora do matrimônio o que reforça um dos motivos para que o nome do pai não apareça na certidão de nascimento. E a maioria esmagadora nunca recupera esta filiação. Está faltando pai no mercado.
Detesto preencher cadastros. Em hotéis, por exemplo, quando me perguntam a profissão sempre respondo “feirante”, e de fato o sou. Mas qual o motivo de perguntarem minha profissão? Que cruzamentos ou estratégias vão realizar após esta valiosa informação? Apesar do desconforto, isso é fichinha pra quem não tem conhecimento nem do nome do pai. Me sentiria humilhado e tremendamente desconfortável se ao invés de Paulo, tivesse que rabiscar um asterisco, se no dia dos pais não tivesse ninguém para honrar. Não. Eu não saberia descrever as angústias de quem não tem o nome do pai, para chamar de seu.
bar mitzvah
Na cultura judaica há um rito de passagem muito significativo para os adolescentes. Aos 13 anos o rapaz é reconhecido como um membro responsável na comunidade. Então passa pela cerimônia do bar mitzvah, ou “filho do mandamento” - há a cerimônia das moças também, chamada bat mitzvah. Um ponto festivo da cerimônia é quando os tios, amigos da família e o pai levantam o rapaz numa cadeira e dançando profetizam bênçãos a cerca do seu futuro. O pai apontando o dedo pro rapaz diz em alto e bom som quanto o ama, o respeita e quanto confia nele para que dê continuidade na geração da família. Diz que se orgulha do filho e que Deus vai prosperá-lo e abençoá-lo em todos os seus caminhos. Agora imagine como este rapaz desce da cadeira? Um touro, quicando, preparado para encarar qualquer desafio. Numa idade nebulosa para as decisões e comportamentos sexuais, o menino vai para a vida com toda a convicção que é o macho da paróquia. Ele não tem dúvida que é amado pela família e um homem escolhido por Deus para cumprir todos os sonhos do Senhor a seu respeito.
Tem pai que confunde o termo hebraico e em vez de abençoar o filho vai para um...bar.
Reza a lenda que Jesus não passou por esta cerimônia, pelo menos da forma tradicional. Nos evangelhos não há registros claros, apesar da experiência aos 12 anos no templo (Lc 2:41-52). Isso porque somente o pai biológico poderia conduzir a cerimônia e José não preenchia tal requisito. Mas Jesus era um menino como todos os outros e como filhos sabemos que a maioria de nossas questões interiores tem a ver com conflitos e ausências da paternidade. Será que Jesus não foi alcançado por esta bênção? Será que ele não recebeu uma palavra encorajadora do pai?
o filho e o pai
Não temos todos os detalhes da vida de Jesus enquanto esteve em nosso meio. Nem se passou ou não pela cerimônia do bar mitzvah. O que temos registrado é que mais tarde Jesus passou por uma experiência com o Pai, que mudaria radicalmente seu comportamento e ministério. O menino foi outro depois deste acontecimento.
Depois do batismo de todo aquele povo, Jesus também foi batizado. E, quando Jesus estava orando, o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu na forma de uma pomba sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse: — Tu és o meu Filho querido e me dás muita alegria. Lucas 3:21-22

1-todo filho quer agradar o pai
Apesar dos aparentes conflitos, todo filho deseja agradar e encantar seu pai. Na nossa relação com Deus, isso é adoração. Adorar é fazer Deus sorrir. Jesus então se batiza, cumpre a liturgia e faz o Pai sorrir: “Jesus também foi batizado”.

2- todo filho quer o olhar do pai
O filho pode passar o dia inteiro se divertindo numa nova performance, mas quando o pai chega em casa seu prazer é repetir sua descoberta e o que dá novo sabor e faz toda a diferença é o olhar atento do pai. Jesus ora para chamar a atenção do Pai: “Jesus estava orando”.

3- todo filho espera uma abertura do pai
Sabe aquele pai que é um pavão na rua e uma ostra em casa? Criativo na empresa, na igreja, no seu hobbie, mas não faz nada de interessante para aprofundar a relação com o filho? Que não tira os olhos do jornal? Não precisa levantar a mão, sei que você não é assim, mas seu filho espera um sinal de sua parte que dê abertura para um encontro de verdade. Deus, o Pai, retira o jornal da frente e presta atenção no seu Filho: “o céu se abriu”.

4- todo filho quer que o pai desça
Desça do pedestal da arrogância, da indiferença, da superioridade. Você pode começar com uma postura corporal, demonstrando com o franzir da testa, com o balançar da cabeça ou com um “hummm” que expresse sua atenção ao que ele fala. Se preciso agache-se e fique da altura do seu filho, mas desça. Deus usou esta estratégia de comunicação, desceu e se colocou à altura do Filho, demonstrando interesse: “o Espírito Santo desceu”.

5- todo filho quer uma palavra positiva do pai
Se Jesus não passou pelo bar mitzvah, seu Pai restaurou toda sorte de bênçãos para encorajá-lo quando publicamente, pagando um mico cósmico, quase precisando de babador, faz uma declaração de amor, sem cobrança, demonstrando todo o gozo e satisfação pelo Filho. Jesus não tinha feito nenhum milagre público, nenhum sermão impactante, não tinha ganhado nenhuma competição, nem tirado boas notas na escola, nada que justificasse do Pai um reconhecimento, nada. Jesus era apenas um filho amado e o Pai o reconheceu com tal. O menino deslanchou a partir deste dia, e deu no que deu. Isso porque seu Pai liberou uma declaração pública de amor e motivação: “Tu és o meu Filho querido e me dás muita alegria”

A revolução começa em casa. Exerça seu ministério de pai. Seja pai na certidão e na vida do seu filho.

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quinta-feira, 7 de julho de 2011

farás uma mesa


Algumas datas são propícias para balanços. No comércio o inventário é no fim do mês. Na vida temos as viradas de ano onde refletimos sobre o que aconteceu, projetamos novas realizações e fazemos promessas para o ano que inicia. É verdade, a maioria delas não resiste ao primeiro trimestre, mas este é assunto para um outro post. Dia de aniversário também é especial. Hoje completo mais um ano – 43 mas corpinho de 42 – é um tempo bom para filosofarmos.

Se tivesse que escolher uma palavra que representasse meu momento escolheria mesa. A mesa é democrática, ficamos todos na mesma altura. É um local de encontro com quem amamos – repare que só convidamos pra uma refeição em nossa mesa quem queremos bem. Mas nossa geração perdeu a mesa. Também pudera, os concorrentes são fortes, e na hora das refeições cada um pra si. Correm pra TV, pro computador, e ainda tem o ipad, o iphone...ai me Deus. Com agendas desencontradas, todo mundo ralando pra ganhar o pão, curiosamente não nos sentamos à mesa pra desfrutar o pão que ganhamos. Perdemos a mesa. O cristão, coitado, este ainda perdeu a mesa do bar, que pelo menos tinha uma função terapêutica. (vishhh. Agora posso ter escandalizado algum ortodoxo, mas por favor, continue lendo. Quem sabe tem algo melhor a seguir?)

veredas antigas

Estou convencido de que nosso Deus náo só sonhou mas deixou registrado alguns princípios para que desfrutássemos de uma vida realizada e plena. Ele nos incentiva ao balanço, a parada estratégica, a observação reflexiva.

Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma (Jeremias 6:16a).

Pôr-se à margem é dar um passo lateral da avalanche do dia-a-dia, é sair do ambiente estressante da correria numa posição de observador do próprio caminho da vida. E ver. Ver o que está acontecendo, não numa postura contemplativa, mas de questionamento, perguntando a quem de direito pelas veredas antigas, pelos princípios universais criados na eternidade, afinal de contas qual é o bom caminho?
Agora corajosamente, ande por este caminho e desfrute daquilo que é sonho de consumo de todo ser humano: a alma saciada.

veja a mesa

A mesa é uma vereda antiga, mas não antiquada. Farás uma mesa (Êxodo 25:23a).
Quero incentivar você a investir em sua família nos encontros em torno da mesa. Semeie agora e com certeza você colherá bons frutos em breve. A refeição familiar é um dos poucos pontos em comum entre a ciência e a religião. Inúmeras pesquisas científicas apontam para as vantagens que toda a família desfruta quando investe neste tempo de encontro divertido em torno da mesa. As principais religiões do mundo – judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo e o cristianismo – também incentivam tal prática. O encontro familiar durante as refeições é, portanto, um poderoso movimento que une fé e razão.

A revolução começa em casa, e sua família merece uma nova atitude de sua parte. Boas refeições e mãos à mesa.

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 Se não, jejue em meu favor.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

santos encontros - emílio

CUIDADO. Você daria carona para um sujeito desses?






CUIDADO, pra não perder a bênção.

Eu dei a carona. Eu tinha a opção de parar para uma lambisgóia, destas de short curtinho que andam pra lá e pra cá de carona. Mas preferi parar uns 50 metros adiante para uma figura exótica de camisa rosa que estendeu sua mãozona como se eu fosse um coletivo. Pensei, parei e perguntei: Vai pra onde negão?

O destino dele eu não sabia, mas eu ia para Cabo Frio e desde o dia anterior à noite eu orava a Deus para que me desse uma companhia, que pudesse me manter acordado naquele trajeto de 500 km.

O exótico homem tinha uns objetos na mão, um saco grande de plástico, do tipo que se ensaca feijão. Um jornal debaixo do braço e a primeira impressão que tive de relance é que se tratava de um andarilho, um mendigo. Chovia muito e o limpador do carro não ajudava muito no meu processo de identificação.

Depois da rápida decisão de colocá-lo dentro de meu carro e ainda na fase das apresentações, a primeira e agradável surpresa. Eu estava dando carona a um padre. Isso mesmo, era o Padre Emílio.

Passar quase duas horas com um padre era tudo que eu precisava e queria. Confessei alguns pecados - uns bem cabeludos - desabafei, contei minha vida como num trailer de filme e, como fui abençoado. Ele me ouviu com ouvido sacerdotal, me aconselhou, me incentivou, me exortou. Bom demais.

O Padre Emílio estudou 14 anos teologia e filosofia, passou 4 anos na Itália num processo de discipulado, dá aulas de inglês e francês, além de ter estudado aramaico, grego, hebraico e com a alegria de um adolescente disse quer estudar mais. Quando eu comentei que tinha feito Psicanálise ele se interessou e quis mais informações sobre esta ciência. Padre Emílio é um sábio homem de Deus.

A verdade é que eu poderia ter feito o percurso em menos tempo, mas fui bem devagarzinho para aproveitar o máximo a presença do Padre Emílio e depois daquela viagem éramos homens diferentes e amigos. Trocamos endereços para futuros contatos eu disse que quando fosse a Cachoeiro, onde ele mora, o procuraria porque queria conhecer a mulher do padre. Isso mesmo. O Padre Emílio é casado. É que ele pertence a Igreja Católica Ortodoxa Síria e nesta comunidade os padres podem casar "graças a Deus", suspirou nosso padre.

Na hora da despedida ele me confidenciou que estava desde o dia anterior rezando para que Deus providenciasse uma carona de retorno para sua casa. Apenas uma carona, mas o que podemos aprender de prático e devocional? O Senhor quer nos abençoar e Ele é muito criativo em Suas abordagens e nos encontros que promove.  E alguns encontros são exóticos, mas santos e abençoadores. Estou certo que as melhores coisas da vida se dão através de encontros. Aprendi que preciso quebrar alguns paradigmas porque cultivo aquilo que é complexo. O fato é que a simplicidade também é um dos atributos de Deus.


Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não sabendo, hospedaram anjos . Hebreus 13:2

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