quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

parábola da candeia





Também lhes disse: Vem, porventura, a candeia para ser posta debaixo do alqueire ou da cama? Não vem, antes, para ser colocada no velador?
 Marcos 4:21


Você é a única pessoa, entre quase 7 bilhões de seres humanos, capaz de exercer alguns projetos de Deus. Isso porque somente você tem influência sobre certas pessoas. E essas pessoas dependem de você, estão aguardando sua ajuda e apoio. Seu potencial é do tamanho de Deus. Tome posição e seja quem Deus planejou que fosse.
Creio que é sobre isso que Jesus quer nos ensinar através da Parábola da Candeia. Você tem que estar no lugar certo, com a motivação certa. Isto significa estar no centro da vontade de Deus. Você se sente realizado? Percebe que Deus tem te usado e frutos têm surgido?

NO LUGAR CERTO

O sucesso de uma empresa, de uma equipe esportiva, de uma família, ou de qualquer outra instituição tem a ver com o posicionamento que cada integrante deste grupo adota. Quando há uma orientação e todos exercem seus papéis, e cada um está no lugar certo, as coisas tendem a funcionar bem.  Até mesmo objetos cumprem os objetivos de seu criador, quando estão no lugar certo. Jesus fala de uma candeia, ou lâmpada daquela época. Se ela não estiver exatamente no local adequado, não cumpre totalmente seus propósitos e até pode causar bastante estrago. Imagine uma lamparina que funcionava com óleo e fogo aceso debaixo de uma cama? Provavelmente causaria um incêndio. Então, se Deus nos colocou onde estamos, é porque somos úteis ali. Pessoas serão abençoadas através de nossas vidas. Não podemos nos esconder, antes eu e você somos úteis no Reino de Deus quando permitimos que Deus revele sua luz através de nós. 

A MOTIVAÇÃO CERTA

Você sabe para que serve a luz? Faça uma lista destas finalidades.
Se a candeia fosse uma pessoa, o que responderia se perguntássemos a ela:  - Dona Candeia, a senhora está aí por que? Quais são suas motivações? O que será que ela responderia?
Motivação tem a ver com movimento, direção, orientação. É aquele impulso interno que nos leva a ação. Para entendermos qual é nossa motivação temos que responder a pergunta: Estou fazendo isso pra que? Por que tomei esta atitude? Estas perguntas não têm respostas únicas, isso porque cada pessoa tem motivações internas diferentes. Mesmo irmãos gêmeos têm motivações diferentes. É uma energia interior que aquece o coração e a alma. A finalidade da candeia é iluminar, e para isso tem que estar num local alto, bem visível. Na nossa vida este é o momento de checar as motivações, senão, corremos o risco de estarmos no local certo, mas com motivações egoístas, daquelas que só pensam em nós mesmos. A candeia tem como combustível o óleo, que é o símbolo do Espírito Santo. Só Ele é capaz de aquecer nosso interior pra que a luz que brilha da gente seja a de Jesus, não a nossa própria. Onde Deus te colocar você será uma luz que clareia não só seus caminhos, mas os caminhos de todos os que estiverem ao seu redor. Você foi chamado para brilhar.

NADA DE PISCA-PISCA

Você já viu um vaga-lume? Ele tem uma luz muito curiosa que pisca e pisca. Quando estamos no lugar que Deus quer, com as motivações certas, nossa vida de crente não pode ser como um pisca-pisca. Que ora ilumina, ora apaga. Nós temos o óleo mais precioso que é o Espírito Santo dentro de nós, que é o próprio Deus. O que temos que fazer para que a chama de nossa candeia nunca se apague? Medite em Mateus 5:14a;  Hebreus 12:14; Isaías 59:1-2; Apocalipse 22:11.

CONCLUSÃO



A candeia é um pequeno instrumento de iluminação, parecido com uma lamparina, geralmente fixada num local elevado e abastecido com óleo, que ilumina por certo espaço de tempo.  Assim como a candeia, nós somos pequenos instrumentos de iluminação de Deus. Temos que tomar cuidado e checar sempre nossas motivações interiores, pra que a Luz de Jesus brilhe através de nós e o nosso combustível nunca se acabe. O mundo estava em trevas e Jesus é a luz que veio iluminar. Bem posicionados, cumprimos nossos desígnios e somos usados para ajudar outras pessoas a cumprirem seus desígnios também.

dá pra viver bem





Sabe o que aprendi neste Natal? Que dá pra viver bem em família.

Maria (mãe de Jesus) visitou sua prima Isabel. Elas se davam bem apesar da diferença de idade. Uma abençoava a outra, se alegravam e cantavam juntas.

Por conta disso (tios de bem) os primos Jesus e João Batista também viviam harmonicamente.

João Batista falava: Jesus é o cara!

Jesus falava: João Batista é o melhor!

Sem ego e com afeto, transformamos o mundo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

a empresa e seu legado




Em 2009 uma jornalista me entrevistava e olhando nos meus olhos perguntou? Qual é o projeto social de sua empresa? O que vocês têm feito nesta área? Enrolei, gaguejei, virei o olho tentando buscar na memória algo que parecesse ser uma resposta bem inteligente e disse que fazíamos muitas ações, mas nada tão estruturado que pudesse ser apresentado num bonito relatório social. Nós não tínhamos uma fundação ou algo parecido que gerenciasse tais ações. De fato a empresa sempre fora muito sensível e atuante em programas de auxílio social, mas nada formalizado. Disse também que achava muito importante enfiar a mão no bolso e investir em programas e ações sociais, mas que tão importante quanto isso seria a empresa levantar a bandeira de uma idéia, um propósito, um valor, uma causa. Então confidenciei um sonho: eu gostaria de influenciar as famílias a se reunirem em torno da mesa.

De lá pra cá temos trabalhado incansavelmente na promoção deste valor. Nossa proposta de comunicação institucional tem como centralidade a família em torno da mesa. Pesquisas revelam que as famílias vivem de forma mais equilibrada quando investem neste esquecido hábito de se sentarem em torno da mesa para suas refeições. Os adultos ficam mais equilibrados, as crianças no futuro não se envolvem com drogas ou álcool. Tiram as melhores notas da escola, ficam mais sociáveis e seguras. Quer maior legado que este? Queremos promover uma geração sarada física e emocionalmente.
Toda grande empresa tem grandes propósitos, grandes causas. Penso que o papel do varejo é servir, é acreditar em seus valores e ajudar seus clientes a adotá-los

Recentemente promovemos um concurso cultural e os clientes tinham que responder à seguinte pergunta: Por que reunir a família em volta da mesa faz bem? Aprendi de um papa da comunicação que se seu cliente escreve algo de bom sobre sua empresa ou sobre os valores que você acredita, passa a se comprometer com a proposta. Escolhemos criteriosamente as melhores frases, fretamos um avião e levamos os criativos ganhadores e suas famílias para um passeio inesquecível num resort. Este é o nosso legado: que as famílias se reúnam à mesa num encontro saudável e legal.
Qual é seu propósito? Ganhar dinheiro? Qual sua causa? Abrir lojas? Qual seu valor, seu legado? Desafio a você varejista a abraçar causas mais nobres. A próxima geração merece seu esforço, sua criatividade, seu empenho.
Boas vendas, boas causas e mãos à mesa.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

a volta do filho pródigo - o livro





Quando a expressão artística funde-se com o conhecimento da Verdade, surge o belo.  A arte nada mais é do que uma fagulha da divindade expressa de uma forma perceptível. A poesia, a melodia, a métrica, a estética, a harmonia, enfim, o belo pertence a Deus. Eventualmente damos um salto e alcançamos esta dimensão.
Não me lembro de ter lido o mesmo livro mais de uma vez. Mas li quatro vezes A Volta do Filho Pródigo de Henri Nouwen. O melhor. O autor, um padre holandês, conseguiu entrar nesta dimensão do belo, numa amálgama perfeita que confundimos sua experiência com a Palavra revelada. E é assim que A Volta se desenrola. Uma profusão de vivências do autor em comparação com a história bíblica. Vida com Deus sugere compararmos os acontecimentos com as Escrituras. A receita desta amálgama passa por uma pintura do século XVII, uma parábola do século I e um homem do século XX em busca do sentido da vida.

o encontro

Um encontro displicente com um poster mudou a história de Henri. A gravura, uma réplica da pintura A volta do filho pródigo de Rembrandt, encantou o autor. Uma viagem inusitada a São Petersburgo, na Rússia foi a chance para visitar o Museu Hermitage, onde por horas se inebriou com a beleza da pintura original de Rembrandt . Depois de realizar muitas anotações e ouvir atentamente os comentários dos guias e visitantes sobre a pintura, Henri decidiu relatar suas descobertas. Foi a faísca necessária para que uma explosão de comparações entre os detalhes da pintura e as nuances da parábola se harmonizassem.
Deus ama encontros, se manifesta através deles e conduz a história por eles. Quer com pessoas ou objetos, encontros são sempre significativos. Henri Nouwen entendeu este princípio e escreveu A Volta do Filho Pródigo.

a identificação

Um dos pontos centrais do enredo de A Volta é a identificação do autor com os personagens. Ora o filho mais moço, ora o filho mais velho, ora o pai, com hábil capacidade argumentativa e refinado olhar para as demandas humanas, somos conduzidos pelas semelhanças de cada um desses protagonistas, suas características e seus arquétipos. Tais características são apresentadas de tal maneira que o leitor é, irresistivelmente, levado a se identificar com os personagens também.

o filho mais moço

Levante a mão quem se percebeu a “vida toda procurando amigos... carente de afeição... interessado em milhares de coisas, solicitando de um lado e de outro, atenção, louvor e afirmação.” Assim é o filho mais moço que sai da casa do pai dando ouvido a vozes instigantes que dizem : “Vá e mostre que você vale alguma coisa”. Com pensamentos que  sugerem que “não serei amado se não conseguir por meio de trabalho árduo e muito esforço” a aprovação que tanto anseio. Partimos para uma terra distante todas as vezes que sentimentos como “raiva, ressentimento, ciúme, desejo de vingança, luxúria, ganância, antagonismos e rivalidades” povoam nosso ser.
No quadro de Rembrandt o filho volta descalço e com a cabeça raspada, um indício de escravidão, mas o pai o recebe afetuosamente, com uma inclinação corporal significativa, com mãos protetoras e amáveis que vendem segurança.  Mãos da paternidade sem gênero, holística: a direita tipicamente feminina e a esquerda masculina.  O masculino e o feminino em ação. Uma tentativa de demonstrar iconograficamente o amor pleno.

o filho mais velho

O mais velho estava no campo. E é no campo que nos sentimos amargurados, indignados com a vida quando o irmão “diferente” é paparicado. É na árdua lida do campo que nos sentimos desprestigiados e sem reconhecimento. Este tipo representa quando nos revoltamos e percebemos que fizemos tudo na vida de forma correta, que atendemos religiosamente as figuras paternas – pais, responsáveis, autoridades, professores, patrões – e mesmo assim não somos recompensados ou reconhecidos. Uma injustiça para os mais polidos. E cheios de justiça própria, perdemos o traquejo e travamos. Ressentidos, não dançamos nem participamos da alegria da mesa do pai. Que chato. Somos mais velhos quando cedemos à métrica do mundo que compara, que mede, que insiste em estatísticas. Perdemos tempo e energia quando nos comparamos com os outros irmãos.
Na parábola o filho mais velho não está presente nem se alegra com a volta do perdido. Ele teria algo mais importante pra fazer. Mas Rembrandt não se prende a letra e retrata os dois irmãos na mesma obra. O mais velho, de pé à direita, coberto com um manto vermelho como o pai, é um espectador distante, que “olha para o pai mas sem alegria...não se aproxima, não sorri, nem expressa boas vindas”. Neste cenário teríamos um ótimo enredo para que Rembrandt pintasse outro quadro: A volta do filho mais velho.

o pai

Somos pródigos quando nos encontramos em terras distantes, onde a língua, os costumes e valores em nada se parecem com a casa do pai. Também somos filho mais velho quando não desfrutamos da plenitude da alegria da mesa do pai. Mas o target de nossa caminhada deve ser assumirmos o papel de pai: que espera, concilia e ama, por isso sofre. Que se alegra quando um filho retorna. “Alegria que não será completa até que todos aqueles que dela tenham nascido tenham regressado a casa e se reunido ao redor da mesa preparada para eles”.  Pai é aquele que sai ao encontro de todos os filhos, sem distinção. Sai para trazê-los para a mesa. Quando assumimos o ministério da paternidade abrimos mão de nossos direitos e investimos no outro com o propósito de levá-lo para uma festa badalada. Mas será que “desejo ser como o Pai? Será que desejo ser não somente aquele que está sendo perdoado, mas também aquele que perdoa? Não somente aquele que é bem vindo, mas aquele que acolhe? Não unicamente aquele que é tratado com compaixão, mas aquele que tem compaixão?” Queremos investir na carreira de promoters?
Na pintura a apoteose se revela nas mãos do pai. É o ápice da luz. Onde nosso olhar se detém. Mãos poderosas e carinhosas ao mesmo tempo. Mãos quentes, que acolhem e chamam para si. Que apertam contra o peito pulsante de tanta alegria. Que não tem medo do toque. Numa era high tech o que mais precisamos é de high touch.