terça-feira, 26 de junho de 2012

chave quebrada



Eu e meu amigo Rone estávamos caminhando em direção à loja da Hortifruti na Rua Siqueira Campos, no Rio de Janeiro. Atravessávamos uma das principais avenidas de Copacabana que curiosamente, naquele momento, estava completamente vazia. Sem carros, ônibus ou táxis, figuras fáceis para aquele horário. Nada interferiria nossa caminhada de um lado a outro das quatro pistas que nos separavam das calçadas. Mas de repente, para nosso espanto, saiu de uma rua perpendicular um táxi em alta velocidade, o que nos obrigou a parar o papo e aquecer os músculos das pernas numa rápida corrida. Com a movimentação brusca, o farto molho de chaves que estava preso ao cinto do Rone, caiu  - por que será que gerentes sempre carregam muitas chaves, como se fossem usá-las todas de uma vez? Não bastasse o susto, e indiferente à largura da pista, adivinhe onde o mal fadado táxi passou? Ué, você estava, lá? Exatamente, passou caprichosamente com as rodas em cima do molho de chaves. Creek, foi o barulho que ouvimos. O Rone com as mãos na cabeça, voltou correndo para pegar seu chaveiro e recompondo-se, avaliava uma a uma a situação das chaves. “Fabio, você não vai acreditar”, falou ele, não escondendo sua euforia. “Somente uma chave foi quebrada, e justamente a que eu não usava, pois era de um cadeado que eu nem tenho mais”.

A pergunta que ecoa em minha mente após este episódio é: - Por que carregamos tantas chaves? Porque tanto peso desnecessário, que só provocam enfado, sem utilidade alguma? Faça você mesmo o teste, e veja quantas chaves carrega na bolsa ou em chaveiros, que não tem nenhuma utilidade, ou no mínimo não precisariam ser guardadas ali.

Deus também se preocupa com o peso desnecessário que carregamos. Culpa, remorso, traumas, angústias, pecados, rancores, ódios, e uma série enorme de pesos que só servem para atrapalhar a caminhada da vida. É sobrecarga desnecessária.  Então, quer perder peso? Pergunte a Jesus como, ele tem a resposta: Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso (Mateus 11:28).

segunda-feira, 4 de junho de 2012

pirraça do tempo





Tempo é uma coisa engraçada. Quando eu era bem pequena, meu avô costumava falar que devíamos nascer velhos e morrer novos, o que, de fato, não é má ideia. Isso ficou um bom tempo na minha cabeça, e nesse ano de vestibular percebi de forma mais clara ainda como os ponteiros do relógio brincam com a gente, ou pelo menos comigo. O tempo pode ser, às vezes, comparado à uma criança que está aprendendo a tomar decisões por si só: faz exatamente o contrário daquilo que queremos que ela faça. Assim, pelo simples motivo de contrariar. 

 Por exemplo, quando perdemos a hora e encontramo-nos extremamente atrasados para algo qualquer que seja, desejamos que o tempo pare e é exatamente aí que os ponteiros do relógio resolvem, misteriosamente, acelerar de forma nunca vista antes! Ou então quando estamos estudando aquela matéria enjoada de física, literatura ou biologia e olhamos no relógio exatamente 15:26, depois de quatro longas horas o relógio marca 15:28. Não sei se é só comigo, mas aqueles gloriosos ‘’cinco minutinhos’’ de sono antes de levantar da cama passam como rápidos segundos de felicidade, enquanto esperar o ônibus por três minutos faz com que eu me sinta mil anos mais velha por estar ali ‘’há tanto tempo’’... É, de fato o tempo não vai muito com a minha cara. O fato é que, independente de tudo, o tempo passa e não nos espera. E, um dia, esse tempo de vestibulanda me fará falta (eu espero), assim que eu estiver formada, trabalhando e construindo uma família. Nossa, já estou falando em família, mas isso daqui há alguns anos, é claro. Que passarão rápido ou devagar demais, e tudo depende do ponto de vista. E é ai que me lembro das palavras do meu avô, que só mostra que o tempo é o mesmo, pra todos, e a diferença vem da forma com que cada um o vê. 

Gabriella Hertel