Tempo é uma coisa engraçada. Quando eu era bem pequena, meu avô
costumava falar que devíamos nascer velhos e morrer novos, o que, de fato, não
é má ideia. Isso ficou um bom tempo na minha cabeça, e nesse ano de vestibular
percebi de forma mais clara ainda como os ponteiros do relógio brincam com a
gente, ou pelo menos comigo. O tempo pode ser, às vezes, comparado à uma
criança que está aprendendo a tomar decisões por si só: faz exatamente o
contrário daquilo que queremos que ela faça. Assim, pelo simples motivo de
contrariar.
Por exemplo, quando perdemos a hora e encontramo-nos extremamente
atrasados para algo qualquer que seja, desejamos que o tempo pare e é
exatamente aí que os ponteiros do relógio resolvem, misteriosamente, acelerar
de forma nunca vista antes! Ou então quando estamos estudando aquela matéria
enjoada de física, literatura ou biologia e olhamos no relógio exatamente
15:26, depois de quatro longas horas o relógio marca 15:28. Não sei se é só comigo,
mas aqueles gloriosos ‘’cinco minutinhos’’ de sono antes de levantar da cama
passam como rápidos segundos de felicidade, enquanto esperar o ônibus por três
minutos faz com que eu me sinta mil anos mais velha por estar ali ‘’há tanto
tempo’’... É, de fato o tempo não vai muito com a minha cara. O fato é que,
independente de tudo, o tempo passa e não nos espera. E, um dia, esse tempo de
vestibulanda me fará falta (eu espero), assim que eu estiver formada,
trabalhando e construindo uma família. Nossa, já estou falando em família, mas
isso daqui há alguns anos, é claro. Que passarão rápido ou devagar demais, e
tudo depende do ponto de vista. E é ai que me lembro das palavras do meu avô,
que só mostra que o tempo é o mesmo, pra todos, e a diferença vem da forma com
que cada um o vê.
Gabriella Hertel
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